Por Equipe Fast Art Web | Atualizado em: 25 de Novembro de 2025
Quem passa pelo cruzamento movimentado da Avenida Afonso Pena com a Noroeste, no coração de Campo Grande (MS), impossivelmente ignora a imponência daquele sobrado antigo.
A Morada dos Baís não é apenas um cartão-postal ou um prédio bonito. É o marco zero da arquitetura moderna na cidade e o santuário de uma das personalidades mais fascinantes e misteriosas do estado: a artista plástica Lídia Baís.
Se você gosta de história, arte e um toque de mistério sobrenatural, este é um destino obrigatório. Neste guia completo, exploramos a construção histórica, a vida excêntrica de Lídia e o que você encontrará ao visitar este patrimônio.
O Que é a Morada dos Baís?
A Morada dos Baís é um edifício histórico construído entre 1913 e 1918 pelo imigrante italiano Bernardo Franco Baís. É considerado o primeiro sobrado de alvenaria de Campo Grande, marcando a transição da arquitetura rústica de madeira para construções mais sofisticadas inspiradas na Europa.
O local serviu de residência para a família Baís, depois funcionou como a famosa “Pensão Pimentel” e, hoje, é um espaço cultural tombado pelo Patrimônio Histórico, abrigando o Museu Lídia Baís.
Uma Construção Épica para a Época
Imagine construir um palacete europeu no meio do cerrado, no início do século XX. Foi exatamente isso que Bernardo Baís fez.
A construção da Morada foi um evento na cidade. Como não havia materiais de construção sofisticados na região, quase tudo foi importado:
- Os lustres, telhas e acabamentos vieram da Europa (Itália e Alemanha).
- O transporte foi feito via Bacia do Prata até Corumbá e, de lá, trazido pela recém-inaugurada ferrovia Noroeste do Brasil, que passava (e ainda passa) bem em frente ao sobrado.
Curiosidade Local: Reza a lenda (e alguns registros históricos) que a argamassa usada para levantar as paredes grossas do sobrado foi feita com sarça (uma planta local) misturada à cal, garantindo uma durabilidade impressionante que desafia o tempo.
Lídia Baís: A Alma do Sobrado
É impossível falar do prédio sem falar de sua moradora mais ilustre. Lídia Baís (1900-1985) foi filha de Bernardo e uma mulher muito à frente de seu tempo. Pintora, escritora e compositora, ela transformou a casa em seu ateliê e refúgio espiritual.
Os Afrescos nas Paredes
Lídia era conhecida por sua personalidade forte e mística. Em diversos cômodos da casa, ela pintou afrescos (pinturas direto na parede) retratando cenas religiosas, filosóficas e autorretratos.
Dizem que seu pai, conservador, não aprovava a “excentricidade” da filha e mandava cobrir as pinturas com tinta branca. Lídia, teimosa e genial, esperava a poeira baixar e pintava tudo de novo. Hoje, essas obras foram restauradas e são o ponto alto da visitação.
Lendas e Mistérios: O Sobrado é Mal-Assombrado?
Como todo bom prédio antigo, a Morada dos Baís tem suas histórias de fantasma. Funcionários e visitantes antigos relatam ouvir sons de piano ecoando pelos corredores vazios à noite ou passos no piso de madeira superior.
Muitos acreditam que o espírito de Lídia, que amava tanto aquele lugar e lá viveu seus jejuns místicos e momentos de criação, nunca abandonou completamente o sobrado. Seja verdade ou folclore, a atmosfera lá dentro é, sem dúvida, única.
Ficha Técnica e Visitação
| Característica | Detalhe |
|---|---|
| Localização | Av. Noroeste, 5140 – Centro, Campo Grande – MS |
| Ano de Construção | 1913 a 1918 |
| Estilo Arquitetônico | Eclético (influência italiana/europeia) |
| Tombamento | Patrimônio Histórico Municipal (1986) e Estadual |
| Destaque | Museu Lídia Baís e arquitetura original |
| Entrada | Geralmente Gratuita (Verificar exposições temporárias) |
Dica de Turismo: A Morada fica no início da Avenida Afonso Pena. Aproveite para visitar o Mercadão Municipal e a Feira Central (para comer o famoso Sobá), que ficam próximos.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Atualmente, o espaço abriga o Museu Lídia Baís, administrado em parcerias que variam entre o SESC e a Prefeitura (Sectur). O local recebe exposições de arte, apresentações musicais e preserva o acervo da família.
Foi um comerciante e imigrante italiano que enriqueceu em Campo Grande. Visionário, ele construiu a Morada para provar que a cidade poderia ter arquitetura refinada.
Fica no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Avenida Noroeste, em frente aos trilhos da antiga ferrovia, no centro de Campo Grande (MS).
Conclusão
Visitar a Morada dos Baís é fazer uma viagem no tempo para o início do século XX. É sentir o cheiro da tinta de Lídia Baís e ouvir o apito distante do trem que trouxe o progresso para o Mato Grosso do Sul.
Seja você um turista explorando o Pantanal ou um morador redescobrindo sua cidade, este sobrado tem histórias para contar.
Você já visitou o museu? Sentiu alguma “energia diferente” nos corredores? Conte sua experiência nos comentários!
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Bônus: Desenhos e Pinturas criados com IA da Morada dos Baís
Espalhe por aí…
Obs-1.: A abreviação AI ou IA, quando utilizadas neste artigo e em todo o site, quer dizer “Artificial Inteligence” ou “Inteligência Artificial”.
Obs-2.: Algumas das imagens utilizadas neste artigo foram criadas com AI em Playground AI e em Leonardo AI.
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